Faz da tua vida um processo contínuo para descobrires quem és
na tua versão mais autêntica e inclina-te sobre os teus limites com compaixão
A oficina Into the Wild - natureza, council & soul quest é uma cerimónia de 4 dias em campismo selvagem para homens na Serra d'Arga, situada no alto Minho no sistema montanhoso da Peneda-Gerês, terra do lobo ibérico e de manadas de cavalos selvagens.
Este trabalho tem como inspiração a cerimónia nativo-americana chamada Vision Quest ou a busca da visão, embora o nosso processo não envolva jejum, pernoitar sozinho na floresta ou sweat lodge.
Neste processo os participantes são convidados ao longo dos dias a sentarem-se em Council com outros homens e a procurarem isolamento na floresta por si mesmos por longos períodos de tempo em busca da ligação com a sua essência — o lado selvagem.
Este trabalho tem como inspiração a cerimónia nativo-americana chamada Vision Quest ou a busca da visão, embora o nosso processo não envolva jejum, pernoitar sozinho na floresta ou sweat lodge.
Neste processo os participantes são convidados ao longo dos dias a sentarem-se em Council com outros homens e a procurarem isolamento na floresta por si mesmos por longos períodos de tempo em busca da ligação com a sua essência — o lado selvagem.
Porquê uma Oficina só para homens?
Existem várias noções e preconceitos sobre o que é ser um homem forte, sobre o que é uma expressão integra e equilibrada da sua masculinidade intensa — um homem que sabe o que quer, que diz o que pensa, que faz o que sente; mas também muitas ideias sobre que tipo de sujeito é um homem sensível e se há lugar para ele no mundo de hoje — um homem que expresse a sua essência espiritual e a sua vulnerabilidade sem medo do ridículo e do julgamento. Existem muitas conversas sobre como equilibrar estas duas dimensões masculinas na cultura em que vivemos.
Sabemos que uma cultura dissemina as regras de interacção social e o que ela autoriza e não autoriza na matéria de relação entre homens, por exemplo: homem que é homem não chora, etc.., etc..; muitas vezes condiciona a expressão do sentir e impõem uma conduta de relação que é pobre em originalidade e conteúdo.
Essa pobreza é não nos autorizamos a ser reais.
Não nos sentimos genuinamente serenos porque engolimos muito e não somos capazes de exteriorizar.
Contemos emoções pesadas como a raiva, frustração e tristeza que aos poucos matam o nosso coração, trazem o inferno à nossa vida e adoecem-nos o corpo.
Ser real é assumir o que sinto e ser visto numa relação de sinceridade com o mundo.
Mas o que acontece quando homens falam com homens sobre o que sentem?
Resposta: nada acontece porque não acontece.
Enquanto homens não sabemos falar desde o nosso coração sem nos sentirmos ridículos.
Passámos a evitar expor-nos porque mostrar vulnerabilidade ou pedir ajuda são vistos como sinais de fraqueza, são vistos como medidores na nossa masculinidade. Por isso abrir o jogo e aparecer como eu sou na realidade seria revelar histórias que poderiam seriamente comprometer a imagem que os outros têm de mim. A isto chama-se sobrevivência social, isto é, a necessidade de ser aceite.
O que fazemos para agradar o mundo conduz-nos muitas vezes à traição da nossa essência e de seguida a sentirmos-nos deprimidos e perdidos: a sermos homens como sítios fora do mapa, agitados por dentro, sem bússola por caminhos que nos levam para lado nenhum.
E se eu mostrar que homem sou?
E se for só isso que o mundo e eu precisamos para sentir o dever cumprido?
Falamos hoje de um sagrado masculino empolado em super conceitos morais e virtuosos, que faz isto e faz aquilo, e que depois tentamos ao máximo imitar... mas só dá merda.
Nós acreditamos que tudo o que precisamos para sentir o sagrado na nossa vida é fazermos a viagem de descobrir com integridade e humor a nossa verdade mais profunda — um sentimento vivo de quem eu sou impregne na minha identidade e na relação com o outro.
Até começar esta viagem, vivo desempregado da minha vida.
Esqueci-me como penetrar o mundo com autenticidade e afecto.
O porquê da nossa oficina ser para homens é porque acreditamos que são precisos criar espaços onde homens possam escutar-se a si e a outros homens. Lugares dedicados a encontrar a linguagem do masculino comprometido com o coração e a verdade: uma expressão que não seja ridícula, que não seja cor-de-rosa mas que seja intensa, afectiva e corajosa. Lugares que sejam instrumentos da coragem. Não necessariamente para ir a algum lado ou para fazer alguma coisa excepto o essencial — entrar na sombra como alguém que vê e através da partilha, ser testemunhado por outros homens. Ser real, ser inteiro, ser visto.
Sabemos que uma cultura dissemina as regras de interacção social e o que ela autoriza e não autoriza na matéria de relação entre homens, por exemplo: homem que é homem não chora, etc.., etc..; muitas vezes condiciona a expressão do sentir e impõem uma conduta de relação que é pobre em originalidade e conteúdo.
Essa pobreza é não nos autorizamos a ser reais.
Não nos sentimos genuinamente serenos porque engolimos muito e não somos capazes de exteriorizar.
Contemos emoções pesadas como a raiva, frustração e tristeza que aos poucos matam o nosso coração, trazem o inferno à nossa vida e adoecem-nos o corpo.
Ser real é assumir o que sinto e ser visto numa relação de sinceridade com o mundo.
Mas o que acontece quando homens falam com homens sobre o que sentem?
Resposta: nada acontece porque não acontece.
Enquanto homens não sabemos falar desde o nosso coração sem nos sentirmos ridículos.
Passámos a evitar expor-nos porque mostrar vulnerabilidade ou pedir ajuda são vistos como sinais de fraqueza, são vistos como medidores na nossa masculinidade. Por isso abrir o jogo e aparecer como eu sou na realidade seria revelar histórias que poderiam seriamente comprometer a imagem que os outros têm de mim. A isto chama-se sobrevivência social, isto é, a necessidade de ser aceite.
O que fazemos para agradar o mundo conduz-nos muitas vezes à traição da nossa essência e de seguida a sentirmos-nos deprimidos e perdidos: a sermos homens como sítios fora do mapa, agitados por dentro, sem bússola por caminhos que nos levam para lado nenhum.
E se eu mostrar que homem sou?
E se for só isso que o mundo e eu precisamos para sentir o dever cumprido?
Falamos hoje de um sagrado masculino empolado em super conceitos morais e virtuosos, que faz isto e faz aquilo, e que depois tentamos ao máximo imitar... mas só dá merda.
Nós acreditamos que tudo o que precisamos para sentir o sagrado na nossa vida é fazermos a viagem de descobrir com integridade e humor a nossa verdade mais profunda — um sentimento vivo de quem eu sou impregne na minha identidade e na relação com o outro.
Até começar esta viagem, vivo desempregado da minha vida.
Esqueci-me como penetrar o mundo com autenticidade e afecto.
O porquê da nossa oficina ser para homens é porque acreditamos que são precisos criar espaços onde homens possam escutar-se a si e a outros homens. Lugares dedicados a encontrar a linguagem do masculino comprometido com o coração e a verdade: uma expressão que não seja ridícula, que não seja cor-de-rosa mas que seja intensa, afectiva e corajosa. Lugares que sejam instrumentos da coragem. Não necessariamente para ir a algum lado ou para fazer alguma coisa excepto o essencial — entrar na sombra como alguém que vê e através da partilha, ser testemunhado por outros homens. Ser real, ser inteiro, ser visto.
…To be human
is to become visible
while carrying
what is hidden
as a gift to others…
— David Whyte